Primeiramente, o que é rendimento?
Rendimento, nesse contexto, é a relação entre o trabalho que uma máquina realiza e a energia que lhe é entregue. Assim:
R=t/E
Algumas máquinas têm rendimento muito alto, como um chuveiro ou ferro de passar, por exemplo, que convertem mais de 95% da energia que recebem na forma elétrica em térmica. Nenhuma máquina, entretanto, pode ter um rendimento acima de 100%. Isso significaria que ela está gerando energia "do nada". Aqui também já podemos dizer: Por definição, o rendimento de uma máquina que não realiza trabalho é zero. Esse é o caso da Eolipila. Também é o caso de qualquer motor feito para fins de demonstração, decoração, ou mesmo quando você acelera um motor qualquer que não realize trabalho algum além de manter-se funcionando. Mas, no caso de outros motores, vamos pensar no melhor rendimento possível para ele. O livro didático usado esse ano na escola (Física2, de Guimaraes, Piqueira e Carron) não traz uma tabela com os valores de rendimento das máquinas térmicas, mas o livro usado até o ano passado (coleção Física em contextos, de Pietrocola, Pogibin, Andrade e Romero) trazia essa:Máquinas | Rendimento |
---|---|
Máquina a vapor simples (locomotiva) | 6% a 8% |
Turbina à vapor (usinas termoelétricas) | 16% a 20% |
Motor à gasolina (automóveis) | 22% a 28% |
Motor ciclo diesel (fábricas e locomotivas) | 32% a 38% |
O mais complexo entre os motores para saber o rendimento é o motor de reação, ou turbina de avião. Um motor leve, potente, com manutenção simplificada, mas que, por isso mesmo, não tem similares entre os de ciclo Otto. Seu rendimento é dado em função da velocidade do avião (p) e da velocidade dos gases de escape (e), assim:
R= 2/(1+e/p)
Um dos artigos do site Ebah (http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfPTQAJ/turbinas-a-gas-jato?part=2) traz uma discussão longa sobre os pormenores de um motor à reação. Em dado momento, é apresentado o seguinte conjuto de gráficos:Deles, podemos deduzir que o rendimento varia com a velocidade, superando, em certa faixa, o rendimento de um motor ciclo Otto (ou outro qualquer à explosão. Por conta da dificuldade em obter dados mais precisos, classificaremos o rendimento de um motor à reação justamente como "superior ao ciclo Otto em certas condições".
Quanto ao motor Stirling, cujo ciclo mais se assemelha ao idealizado por Carnot, e cujos dados são relativamente abundantes. Fiquemos com os dados fornecidos pelo Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (http://www.if.ufrgs.br/~dschulz/web/ciclo_stirling.htm): O rendimento de um motor Stirling pode chegar a impressionantes 45%. Sendo assim, a tabela completa fica:
Máquinas | Rendimento |
---|---|
Máquina a vapor simples (locomotiva) | 6% a 8% |
Turbina à vapor (usinas termoelétricas) | 16% a 20% |
Motor ciclo Otto | 22% a 28% |
Motor dois tempos (gasolina) | 22% a 28% |
Motor Wankel | 22% a 28% |
Turbina aeronáutica | variável |
Motor ciclo Diesel (fábricas e locomotivas) | 32% a 38% |
Motor Stirling | até 45% |